A vida e o sonho da heroína de Janaúba
3.out.2017 - A professora Heley Abreu Silva Batista, 43, teve 90% do corpo queimado. (Por Felipe Resk e Tiago Queiroz, Estadão) Menos de 24 horas antes de se tornar uma das 11 vítimas da tragédia da creche Gente Inocente, a professora Heley de Abreu Silva Batista, de 43 anos, subiu a escadaria da Catedral do Sagrado Coração de Jesus, no centro de Janaúba, a 560 quilômetros ao norte de Belo Horizonte, para a reunião de crisma do filho mais velho. Na paróquia, conversou com Hélia Pereira, de 48, com quem trabalhou na década de 1990. "Comadre, cê tá rouca demais, não vai dar aula amanhã, não", recomendou a amiga, que hoje é diretora do Serviço Escolar do município. "Só porque cê agora é chefe, tá querendo me ordenar", respondeu, brincalhona. Na despedida, falou a sério: "Não falto, comadre. Preciso cuidar dos meus filhinhos", sem saber que estava prestes a seguir à risca o significado de "professor": aquele que professa. Moradora de Nova Porte