Bonito de Minas tem pior índice de competitividade dentre os 853 municípios mineiros


(Por Fábio Oliva) Bonito de Minas está entre os municípios do Norte de Minas que menos investem em saneamento básico. De 2013 a 2015, apenas R$ 63.378,60 foram investidos nesse setor. O valor corresponde a 0,124% do orçamento de R$ 51,2 milhões do triênio. O investimento em saneamento só não foi menor do que o em desporto e lazer, que ficou na ordem de R$ 62.254,20 (0,122%). As conclusões são baseadas em análises de relatórios e informações fornecidas pela Prefeitura de Bonito de Minas ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) através de uma inovadora ferramenta gerencial, denominada Diagnóstico Público, disponível no site http://www.diagnosticopublico.com.

Desenvolvida por dois ex-prestadores de serviços ao TCE-MG, a nova ferramenta facilita o controle social dos gastos públicos. Possibilita ainda que os cidadãos avaliem a qualidade das escolhas feitas pelos gestores ao decidirem onde investir o dinheiro da população. A nova ferramenta é uma versão mais avançada do “Fiscalize Agora”, disponível no site http://fiscalizeagora.org/fiscalize.php.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o nível dos investimentos em saneamento básico reflete diretamente na redução da capacidade do município em atrair negócios, alavancar empresas, gerar empregos e estimular a economia local.
Segundo o IBGE, quando o assunto é infraestrutura, cidades como Bonito de Minas ficam muito menos competitivas.

Um estudo feito anualmente pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) aponta o peso da falta de saneamento básico, de estradas asfaltadas e de estruturas financeiras na vida dos empresários locais, que lutam diariamente com dificuldade para manter as portas abertas.

O Índice de Competitividade, calculado anualmente pelo Sebrae Minas revela que Bonito de Minas foi a cidade que apresentou o pior índice de competitividade dentre os 853 municípios mineiros, um exemplo de lugar sem a infraestrutura adequada para se investir na abertura de novos negócios.

Com uma população de 9.812 habitantes, o município de Bonito de Minas possui uma renda média mensal por habitante de R$ 270,83, conforme informações do Censo 2010. Para se ter uma ideia, 36,2% das casas nem sequer possuem água encanada, segundo estimativas do IBGE.

"Para fazer a pesquisa, nós nos baseamos na capacidade que a cidade tem para atrair investimentos e reter empresas. Vários fatores são importantes, desde a presença de instituições financeiras e de pesquisa, até a infraestrutura local", explicou a analista de inteligência empresarial do Sebrae-Minas, responsável pela pesquisa de competitividade dos municípios, Venússia Santos.

Segundo a especialista, dificilmente os resultados de competitividade de Bonito de Minas sofrerão alterações em um curto prazo. Isso porque as condições dos municípios são determinantes para a abertura de empresas, que, por sua vez, estimulam investimentos públicos em melhoria da área”.

Enquanto isso, cidades com o baixo índice de competitividade convivem com o estigma de um perfil econômico voltado apenas para o agronegócio e para o comércio de subsistência. E assim, permanecem sem grandes aportes durante vários anos e "espantam" indústrias e empresas de grande porte, que poderiam alterar um pouco esse quadro, com a realização de aportes e geração de empregos.

Ao lado de Bonito de Minas, com uma avaliação negativa, ficaram municípios como Frei Lagonegro, no Vale do Rio Doce; Monte Formoso, no Vale do Jequitinhonha; Santo Antônio do Retiro e São João das Missões, no Norte. Todas as cinco cidades tiveram o nível de competitividade classificado como muito baixo. Já dentre as que se destacaram positivamente ficaram Uberlândia, no Triângulo Mineiro; Nova Lima, na RMBH; e Juiz de Fora, na Zona da Mata.

Enquanto isso, cidades com o baixo índice de competitividade convivem com o estigma de um perfil econômico voltado apenas para o agronegócio e para o comércio de subsistência. E assim, permanecem sem grandes aportes durante vários anos e "espantam" indústrias e empresas de grande porte, que poderiam alterar um pouco esse quadro, com a realização de aportes e geração de empregos.

A pesquisa, realizada pelo Sebrae Minas desde 2010, aponta características locais que podem gerar vantagens competitivas ou criar obstáculos para o desenvolvimento das empresas. O Índice de Competitividade é baseado em cinco características: performance econômica, suporte aos negócios, capacidade de alavancagem do governo, quadro social e infraestrutura. Os indicadores são baseados no Índice de Competitividade das Nações, que é calculado pelo International Institute for Management Development (IMD), que mede a capacidade do país de criar e manter um ambiente competitivo para as empresas.

O Índice de Competitividade dos Municípios Mineiros, do Sebrae Minas, tem como objetivo entender as características das cidades de Minas Gerais no que se refere à performance econômica, à capacidade de alavancagem do governo, ao quadro social, ao suporte aos negócios, à infraestrutura e a esse conjunto total de fatores (índice geral). A partir dessas informações o Sebrae Minas avalia em quais aspectos os municípios estão melhores e em quais apresentam resultados mais desfavoráveis.

OUTRO LADO

O Blog não conseguiu contato com a secretária municipal de Saúde de Bonito de Minas, Suelen Ferreira, nem com o secretário municipal de Transportes e Obras Públicas, Almir. Os números de telefone fornecidos pela Prefeitura (9 9907-83XX e 9 9742-4887) não atenderam as ligações.

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